Friday, August 04, 2006

"símbolos" ou "violência virtual"

os símbolos têm grande importância na espécie humana. somos provavelmente os únicos animais capazes de criar símbolos e ícones. criamos a linguagem, que possibilitou a passagem de conhecimento além do aprendizado por imitação (que é o método de se passar o conhecimento em outros animais). a linguagem permitiu o surgimento da escrita, que acumula informação de milhares de anos de conhecimento, uma coisa totalmente inimaginável antes.
a partir do simbolo podemos nos comunicar sem nos vermos espacial e temporalmente, como estamos fazendo agora. podemos imaginar uma infinidade de objetos, sentimentos, sensações, etc... podemos alterar o comportamento pelo símbolo.

criamos conflitos simbólicos, preços simbólicos, mortes simbólicas, felicidades simbólicas, encenações, jogos (videogames e brincadeiras diversas), dinheiro, deuses e demônios... tudo para nos sentirmos melhor, e mantermos a coesão social que criamos, e tornando-a viável.

mato uma pessoa imaginariamente, jogo-a no ostracionismo, na abstração ou mesmo no esquecimento e posso continuar a vida, sem ser acometido por alguma patologia social e/ou psicológica. você também mata várias pessoas. podemos impedir a violência, simplesmente porque somos capazes de simbolizar.

a necessidade da fala e conseqüentemente dos símbolos, é tão importante evolutivamente que vale até a pena perder a vida por ela, nosso sinstema de vocalização alterou de tal forma que impossibilita a respiração e deglutição ao mesmo tempo, causando algumas mortes todo ano pelo mundo.

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acho que tá no livro do desassossego algo do tipo "palavras descrevem palavras e idéias descrevem idéias", ou seja, as palavras, para nós, só são necessárias para o acúmulo de informações, que facilitam o sucesso a partir da falha dos outros. pois a comunicação em outras espécies se dão por grunhidos que representam idéias, apesar de serem pouco complexas, mas ainda sim são essencialmente troca de idéias, como p. ex. "há um predador" ou "alerta para presença de invasor" e coisas do tipo que são reconhecidos pela ciência, e que são idéias. por isso um cachorro brasileiro pode facilmente comunicar com um cachorro gringo, se o encontro entre os dois for possível, mas nós temos que dominar toda uma linguagem para que seja possibilitada tal comunicação.

porém as idéias que regem no mundo humano são muito mais complexas, simplesmente em carater quantitativo, e não qualitativo, sendo que a compreensão de idéias num diálogo pode ser muito complicada, e é muito mais fácil compreendermos uns aos outros quando conhecemos os jeitos e atos da outra pessoa, devido à grande diversidade individual que apresentamos.

falando em diversidade, fiquei sabendo que na áfrica a diversidade genética é CINCO VEZES MAIOR do que no resto do mundo.

Thursday, August 03, 2006

o por quê da violência

somos uma espécie agressiva naturalmente, não há como mudar isto... mas isto já é sabido, apesar de polêmico, como foi com L'agression: Une histoire naturelle du mal (LORENZ, 1969), mas aproveitando o que o Lorenz diz sobre o comportamento agonístico:"Por que, na verdade, ele deveria ser menos espontâneo do que qualquer outro tipo de comportamento: Seria extremamente surpreendente se o fosse", percebi algo.
Percebi o que nos separa dos outros animais qualitativamente: a tecnologia. pois apenas com ela conseguimos modificar ferramentas, aprimorando-as e tornando-as mais eficientes. pois apesar de muitos animais manipularem ferramentas, eles não conseguem modificá-los com informações espaço-temporalmente distantes.

Tuesday, August 01, 2006

sozinho?

(danilo) Desculpem a falta de criatividade, mas que depois que vi isso, fiquei encucado!
Assistindo a um videozinho (Dancem, macacos, Dancem!) vi uma frase que achei simplesmente espetacular!

Como que alguém, que pertence a uma espécie, que tem 6 bilhões e 300 milhões de indivíduos habitando todo o globo, pode se sentir sozinho???

notas inúteis

- venho aqui notificar que por trás do dito "a fome é o melhor tempero" há um conceito biológico: a diminuição do limiar do estímulo liberador(LORENZ,1981 - in Os fundamentos da etologia. p. 168-170). uma citação de minha referência bibliográfica da semana: "Se, durante as férias no Sul da Europa, passamos perto de um açougue quando estamos famintos, percebemos um cheiro apetitoso de bife cru; mas quando passamos no mesmo açougue depois de ter jantado bem, sentiremos um cheiro de carniça"

- Além disto descobri no mesmo livro: na Parte Dois/CapítuloI/Seção 8, efeitos que obscurecem o acúmulo da excitabilidade específica da ação, que a eterna insatisfação do homem é devido ao mesmo mecanismo que explica a necessidade de enriquecimento ambiental em animais em cativeiro. os efeitos que o título se refere saõ: a atrofia de um padrão motor e a elevação do alerta geral. este último mecanismo faz com que os animais fiquem de saco cheio da monotonia, sendo assim nossa espécie descobriu formas de modificar as rotinas que nós mesmos enfrentamos, mas só percebemos que os outros animais também assim ficam há pouquíssimo tempo, quando surgiu a idéia do enriquecimento ambiental, tanto que Lorez não utiliza este termo, mas diz em uma passagem: "Em meus esforços para manter animais domesticados em condições perfeitas, inventei, há muito tempo atrás, métodos adequados para manê-los suficientemente ''entretidos" - quero dizer, geralmente animados." É até meio óbvio, mas ninguém tinha pensado nisto... uma vez que os animais, em sua forma silvestre, estão acostumados a ver perigos reais e necessidade de sobrevivência, e sua forma cativa tem tudo na palma da mão (ou pata), há excesso de energia que não é gasta, e assim, muitas vezes ocorrem casos de stress extremo, como ocorreria com qualquer ser humano.

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